sexta-feira, 19 de março de 2010

Março 2010

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é...
a farpa, o engodo
o mundo de desenhos mortos

a alma de poeta, não cabe no ordinário
sua ação não é profissão
seu destino... errante e falante

é o flagelo e medo,
desse mundo pasteurizado

Para Henfil

3 comentários:

Wilson Torres Nanini disse...

Ainda estamos por decifrar os hieróglifos dessa labuta incontível. A rotina que saia da frente! Abraços!

marcos assis disse...

massa, cara!!!
gostei demais da composição do poema na imagem!
e conteúdo sempre forte.

Luciana Tannus disse...

Quando li esse poema seu, fez-me lembrar um que escrevi, há muito, por revolta e preconceito.



Ele, o poeta

É um peregrino incansável,
Ele rompe fronteiras,
Ele vive sonhos
Ele seduz pela palavra, magia e reflexão
Ele é humanista, ativista, conselheiro
Ele é para os pobres, ricos e miseráveis, não há distinção
Ele come à mesa, ele come ao chão
Ele luta por meio da arte
Ele sangra pela pena em suas mãos
Ele é paz em forma de poesia
Ele afina as cordas da imaginação
Ele canta em versos para multidões
Ele é sensibilidade em forma de expressão

Mas no fundo...

Ele é triste e vive no anonimato
Ele é um palhaço sem circo, um filho bastardo
Um insignificante poeta patético
A talhar na pedra a sua condição
Insustentável pelo seu trabalho
Irreconhecível, maldito, à toa
O poeta não mata a fome com pão
Ele sobrevive de sua criação
É o verbo que o alimenta
E a indignação que o move
Ele, o poeta
É um filho da puta
Que nem mesmo tem uma profissão